LEGISLATIVO
Éder Moraes bate boca com Ranielli após filha ligar vereadora Michele a empresa de Home Care em Diamantino
O ex-secretário estadual de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes, protagonizou um bate-boca na sessão da Câmara Municipal de Diamantino (180 km de Cuiabá) na noite desta segunda-feira (13).
O tumulto ocorreu logo após a leitura do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), relatado pela filha dele, a vereadora Monnize Costa (UB), que investigava contratos firmados entre o município e a Associação Médica Especializada (AME).
A confusão começou quando Monnize mencionou a colega Michelle Carrasco (UB), apontando supostas ligações dela com a empresa investigada.
Ao se defender, Michelle subiu à tribuna e lançou indiretas que atingiram diretamente Éder, condenado em seis ações penais da Operação Ararath, com penas que somam mais de 180 anos. Ele se encontra em liberdade à espera de julgamento de recursos.
“Eu não devo. Minhas mãos não estão sujas de sangue. Nunca peguei dinheiro público e deixei pessoas morrendo em filas. Meu pai não é condenado e minha família nunca foi condenada. Nunca respondi a processo”, disparou Michelle, se defendendo das insinuações de corrupção junta a Home Care AME.
Monnize rebateu, mantendo o respeito no plenário: “Nunca tive uma Comissão Processante contra mim por quebra de decoro. Se eu for insultada e houver qualquer fala que envolva minha família ou ofenda minha honra, vou tomar providências”, alertou.
Intervenção do ex-secretário
Ao perceber insinuações sobre sua família, Éder Moraes tentou intervir, exaltado, mesmo com o pedido de fala negado pelo presidente da Câmara, Ranielli Patrick (PL). “Foi ferido o Regimento Interno a partir do momento que a vereadora ataca quem está na plateia. Eu não vou ficar quieto. Tenho direito de usar a tribuna para defender a minha honra”, afirmou.
O presidente suspendeu a sessão por 15 minutos e explicou que Éder precisaria formalizar um requerimento para falar oficialmente. “O senhor tem todo o direito de usar a tribuna se se sentiu ofendido. Mas deve respeitar o regimento e formalizar o pedido”, disse Ranielli.
Histórico familiar e político
Éder de Moraes foi secretário de Fazenda e presidente do MT Fomento durante o governo Blairo Maggi (2003–2010) e condenado em ações da Operação Ararath, que investigou lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.


Diamantino
CPI em Diamantino conclui por indícios de improbidade e envolvimento de vereadora, ex-prefeito e secretários em esquema na Saúde
Relatório final de 600 páginas sugere que parlamentar seria sócia oculta de empresa contratada com pareceres jurídicos contrários e verba federal da Covid-19.
Um robusto relatório de 600 páginas, fruto da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nº 001/2025, sacudiu as estruturas políticas de Diamantino ao concluir pela existência de fortes indícios de um esquema de corrupção na saúde municipal. O documento, protocolado na Câmara de Vereadores nesta semana, aponta para a possível prática de improbidade administrativa e crimes contra a administração pública, colocando no centro da investigação a vereadora em exercício Michele Cristina Carrasco Mauriz, o ex-prefeito Manoel Loureiro Neto, além de uma ex-secretária e servidores.
A investigação se debruçou sobre a gestão e fiscalização de recursos públicos repassados à empresa AME FAMÍLIA LTDA, sendo que a empresa Ame Família LTDA, teria recebido pelo menos R$ 3 milhões da Prefeitura do município por serviços de home care. Agora, com os trabalhos da comissão oficialmente encerrados, o caso ganha uma nova dimensão, com o encaminhamento de todo o material para o Ministério Público Estadual e Federal.
A sócia invisível do poder
O ponto mais explosivo do relatório mira diretamente a vereadora Michele Mauriz. Segundo a comissão, existem fortes evidências de que a parlamentar, que tem o dever de fiscalizar os atos do executivo, agia de forma completamente oposta. A CPI concluiu que há “indícios de que a Vereadora MICHELE CRISTINA CARRASCO MAURIZ, prevalecendo-se do cargo, atuava como sócia oculta da empresa AME FAMÍLIA LTDA, beneficiando-se diretamente dos recursos públicos a ela destinados”.
Essa acusação, se comprovada, configura um gravíssimo conflito de interesses. Questiona-se, como poderia uma fiscal do povo ao mesmo tempo lucrar com os contratos que deveria supervisionar? A situação levanta um debate sobre quebra de decoro parlamentar, um caminho que pode levar à perda do mandato.
Alertas ignorados na caneta do gestor
A investigação não parou na vereadora. O relatório da CPI também atribui responsabilidade direta ao alto escalão da gestão anterior. De acordo com o documento, o ex-prefeito Manoel Loureiro Neto e a ex-secretária de saúde Marineze de Araújo Meira, junto com os servidores Edivaldo Cintra da Costa e Cleber Soares de Souza, foram alertados formalmente sobre problemas na contratação.
Eles teriam autorizado e efetivado o contrato com a AME FAMÍLIA LTDA “mesmo diante de pareceres jurídicos contrários à sua contratação, emitidos pela Procuradoria Geral do Município”. Ignorar a orientação do próprio corpo jurídico do município é um indicativo poderoso de dolo ou, na melhor das hipóteses, de uma negligência administrativa grave, o que fragiliza consideravelmente a defesa dos ex-gestores ao demonstrar que eles sabiam dos riscos.
O rastro do dinheiro federal
Para tornar o cenário ainda mais complexo, a CPI descobriu que parte dos recursos envolvidos não era apenas municipal. O relatório aponta “indícios de que a empresa AME FAMÍLIA LTDA recebeu recursos federais para o combate à COVID-19”. Essa informação foi o gatilho para que o escopo da investigação se ampliasse de forma decisiva.
A entrada de verba federal na equação atrai a competência de órgãos de controle nacionais, como a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, que agora receberão cópia integral dos autos para aprofundar a apuração. O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso também foi acionado para fiscalizar a aplicação dos recursos. A gestão de Diamantino, portanto, entra no radar de instâncias muito além das fronteiras do município.
Com a conclusão dos trabalhos, oficializada pelo Ato da Presidência nº 034/2025, assinado pelo presidente da Câmara, Edilson Mota Sampaio, a CPI cumpriu seu papel. O relatório não é uma sentença, mas sim um ponto de partida robusto para que a Justiça e os órgãos de controle deem as respostas que a sociedade de Diamantino espera.
Para entender melhor:
Improbidade Administrativa: É um ato ilegal praticado por um agente público que vai contra os princípios da administração. Não é considerado um crime no sentido penal, mas pode resultar em punições severas, como a perda do cargo público, a suspensão dos direitos políticos e a obrigação de ressarcir o dano aos cofres públicos.
Sócia Oculta: Refere-se a uma pessoa que participa ativamente de uma empresa, dividindo seus lucros e responsabilidades, mas cujo nome não aparece nos registros oficiais e no contrato social. A prática é frequentemente utilizada para esconder conflitos de interesse, especialmente quando envolve agentes públicos.
Quebra de Decoro Parlamentar: É toda conduta de um político que afeta a dignidade e a honra do seu mandato. Usar o cargo para obter vantagens pessoais, como no caso investigado, é um exemplo clássico. A punição para a quebra de decoro pode ir de uma simples advertência até a cassação do mandato.
Conexão Poder
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