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Apesar do sofrimento, Brasil mostra variações para superar o fantasma da retranca

Todo duelo contra o Paraguai remete a um jogo difícil, sofrido, duro de vencer. Vira o duelo entre Golias e Davi, com um pequeno se fechando e colocando todo tipo de dificuldade contra o sempre favorito Brasil. As quartas-de-final da Copa América não fugiu da regra. Os paraguaios tiveram a competência de levar a partida para os pênaltis, mas a questão é que o Brasil mostrou ideias de sobra para enfrentar seu pior pesadelo.

Aqui, temos que pensar na continuidade. A evolução é nítida. A bola ainda não está entrando, mas o time funciona melhor, cria melhor e defende melhor.

A seleção sempre teve dificuldades quando os espaços não aparecem. É histórico, fica evidente na Copa do Mundo e contra a Venezuela foi um sufoco. A boa notícia é que além dos números, o Brasil teve um amplo leque de ideias e variações. Foram 26 finalizações, sendo 15 delas dentro da área, 70% de posse de bola e apenas uma finalização sofrida.

Passando ou não, jogo que merece elogios pela insistência de se jogar contra a melhor retranca dessa Copa América. Podemos dizer que o duelo teve três importantes variações:

  • Arthur jogou mais à frente, conectando mais a defesa e meio-campo
  • Éverton e Jesus abertos pelos lados, com Firmino saindo bastante da área
  • Com um a mais, Willian e Éverton abertos e Daniel por dentro, quase um 3-2-5

Arthur mais à frente dá fluidez e velocidade na circulação de bola

Começando pela mudança na dupla de volantes, com Allan no lugar de Casemiro. Era esperado que ele ficasse mais à frente, como joga no Napoli, indo de área-a-área. Mas na prática, foi Arthur quem apareceu mais à frente, fazendo o papel de ser o elo entre a defesa e Coutinho e Firmino, a dupla móvel que busca jogar sempre perto dos zagueiros. Veja a imagem.

O time ficou móvel. Chegou três vezes com perigo nos minutos iniciais, construía e parecia que tranquilizaria o duelo. O perde-pressiona, aquela intensidade que o time coloca quando perde a bola e avança pra não deixar o adversário jogar, estava encaixada. E Arthur até aparecia na área, finalizando ou articulando mais à frente, preenchendo aquela que era a principal carência da seleção.

Eles estavam deixando nossos zagueiros livres, em especial o Marquinhos. Então seguramos um pouco mais o Allan e aproximamos o Marquinhos do Arthur para fazer a circulação de bola ficar mais rápida, mas sem acelerar tanto – Tite

Paraguai avança e impõe ritmo frenético

Lá pelos vinte minutos, o Paraguai entendeu que teria mais vantagens no jogo se colocasse intensidade. Se fosse um time de imposição física e brigas de perto pela bola. Gustavo Gómez marcava individualmente Firmino e o time subia as linhas para roubar a bola perto do gol. Foram 25 minutos de um “vai e volta” muito rápido, de 60 metros em poucos segundos.

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Na melhor jogada construída assim, Marquinhos errou uma saída. Veja como o Paraguai corta as linhas de passe e induz o zagueiro ao erro. Afinal, o passe é uma conexão entre jogadores, não um atributo apenas individual.

Firmino sai da área e Brasil fica com um a mais

O cenário para o segundo tempo era um adversário que marcava bem. Que se impunha fisicamente com encaixes individuais. Como furar isso? A solução até a expulsão de Balbuena foi a bola em Firmino. Ele passou a sair mais da área e soltar rápido a bola, sem girar ou prender. Assim, tirava Gómez do setor e abria espaços pra entrada de Firmino ou de Jesus, mais perto do gol nesse movimento. Foram ao menos três boas chances criadas assim, como na imagem, na qual Firmino leva Gómez para fora da área e cria um espaço que Coutinho pode aproveitar.

Mais aí veio a expulsão. O mais lógico é pensar que um time tecnicamente superior vai conseguir golear tendo um a mais, não é? Só que o jogo fica mais difícil porque o adversário tende a se fechar perto da área, no chamado bloco baixo. Vira um inferno pra entrar: todo mundo em frente pro gol, rebatendo qualquer jogada…se o futebol é um jogo de ocupação de espaço, quanto mais ele é ocupado, pior é para criá-lo.

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Contra a retranca, o Brasil no 3-2-5

Tite mexeu no momento certo. Lançou Willian, que fez um golaço partindo da direita contra o Peru, e trouxe Jesus para a área. Com Éverton aberto, Daniel Alves fez o papel de articulação junto a Arthur. Na prática o time virou um 3-2-5 que criou bastante e conseguia sempre colocar a bola na área, girando de lado a lado, cruzando, esperando a brecha entrar.

Com o Jesus por dentro, o Daniel abriu para ter um jogador ocupando a faixa do lado. Mas como o Dani é construtor, não teria sentido ele ficar mais aberto. Por isso lançamos um jogador de finalização e vitória pessoal (Willian) – Tite

E ela não entrou – e o Brasil pecou nas finalizações. Tite pede para a bola entrar na casinha, mas dos 26 chutes, apenas 8 foram nela. Controle emocional? Talvez. Qualidade? Não, né. Firmino e Jesus são exímios finalizadores em seus clubes, mas enfrentam um contexto adverso no Brasil, com mais marcação. A bola vai entrar, a questão é de ajuste. Não existe time pronto, existe um jogo a ser disputado.

Tudo isso estaria falando se o Brasil perdesse nos pênaltis? Sim, estaria. Porque o mais positivo desse jogo, pensando a longo prazo, é o leque de opções que Tite tem para enfrentar retrancas. Seja com pontas abertos ou não, com Jesus pela direita ou na área, há uma linha condutora aí. Um cardápio mais elaborado para enfrentar aquele que costuma ser o pior inimigo da seleção: as retrancas que deixam o jogo chato de ser assistido e desafiador de ser jogado.
Globo Esporte
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Grêmio vencem Botafogo fora de casa e se recuperam no Brasileirão Feminino

Na tarde desta quinta-feira (21.03), no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, as Gurias Gremistas venceram o Botafogo, pelo placar de 2 a 0, em jogo válido pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro A1. Com o resultado, a equipe comandada pela técnica Thaissan Passos conquistou os primeiros três pontos na competição se recuperando do revés diante do Corinthians, na estreia. Os gols gremistas foram anotados por Brito e Giovaninha, ambos na segunda etapa.

Tendo em vista o forte calor que assolou a capital carioca na tarde de hoje, as duas equipes fizeram um primeiro tempo com o freio de mão puxado.

Detendo um pouco mais a posse de bola, o Tricolor procurou ganhar o meio de campo, mas pouco ameaçou a meta botafoguense.

Os primeiros 45 minutos tiveram somente três oportunidades de gol, uma para o Botafogo e duas grandes chances para o Grêmio.

O  Botafogo criou logo aos 5 minutos: após escanteio cobrado por Chai, da direita, Karen se antecipou no primeiro pau e mandou por sobre o travessão, de cabeça.

No lance seguinte, o Grêmio chegou tocando na frente da área e Caty recebeu entrando livre pela esquerda. Ela deu um leve toque embaixo da bola para tirar da goleira Michelle, mas a conclusão passou à esquerda, rente ao poste.

Aos 12 minutos, a melhor oportunidade: Jéssica Peña achou Cássia entrando na área outra vez pela esquerda. Ela driblou a goleira e mandou pro gol aberto. A zagueira voltou a tempo e salvou sobre a linha. No rebote, Ludmila chutou forte e Michelle fez um milagre. Grande chance!

Palmeiras e Red Bull Bragantino empatam na 2ª rodada do Brasileirão Feminino

Foi o que de melhor ocorreu no primeiro tempo que poderia ter terminado com a vitória das Gurias Gremistas.

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O Grêmio voltou para etapa final sem modificações, mas com uma postura mais ofensiva. O Botafogo, por sua vez, também ousou colocando uma atacante no lugar de uma jogadora de meio, mas foram as Gurias Gremistas que tomaram conta do jogo.

Diferente do primeiro tempo, já sem o sol batendo direto no gramado, a partida foi muito mais movimentada.

Aos 7 minutos, no contra-ataque, quase o gol das Gurias Gremistas: Dayana Rodríguez abriu para Cássia, no bico da grande área pela direita. Ela ajeitou o corpo e colocou por cobertura, buscando o ângulo direito. A bola explodiu no travessão e saiu.

Cinco minutos depois, outra vez Cássia. Ela tabelou com Ludmila na frente da área e chutou prensado. A bola passou à esquerda, com perigo.

No minuto 15, três alterações no Grêmio: entraram Luana Spindler, Raíssa Bahia e Rafa Levis nas vagas de Ludmila, Caty e Dayana Rodríguez.

Aos 21, Rafa Levis cobrou escanteio da esquerda e Tayla desviou no primeiro pau mandando no canto oposto. A bola passou raspando.

Fluminense estreia com vitória esmagadora no Brasileirão Feminino

Estava amadurecendo o gol do Grêmio.

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Depois de tanto buscar, as Gurias Gremistas abriram o marcador aos 24: novamente escanteio cobrado por Rafa Levis no meio da área. A defesa carioca se atrapalhou e, na segunda tentativa, Brito pegou o rebote e chutou forte para o fundo das redes. Grêmio 1 a 0!

O Botafogo deu o troco logo em seguida: Luciana Gómez achou Duda Basílio dentro da área, pela direita. A atacante apareceu livre, mas não pegou bem na bola. Ela passou à direita.

Com a vantagem no marcador, o Tricolor passou a administrar o tempo.

Aos 39 minutos, surgiu o segundo gol que matou o jogo: Cássia cruzou da esquerda, com a perna direita, buscando o segundo pau. Giovaninha veio de trás, em velocidade, e mandou de canhota, no canto esquerdo da goleira Michelle, que nem se mexeu. Grêmio 2 a 0!

Na sequência, a técnica Thaissan Passos colocou Shashá no lugar de Jéssica Peña e Sinara no lugar da Luana Spindler.

O Botafogo até tentou diminuir a vantagem numa pressão final, mas as Gurias Gremistas seguraram a grande vitória fora de casa.

O Tricolor volta a campo no próximo domingo, às 15h, para enfrentar o Fluminense, no Estádio Airton Ferreira da Silva, no CFT Hélio Dourado, em Eldorado do Sul.

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